Espiritismo na TV
A Rede Globo apresenta, desde o último dia 16, O Profeta, novela cujo tema central é o Espiritismo. Na história, Marcos, personagem principal, interpretado por Thiago Fragoso, começa a ter premonições.De início, assusta-se. Depois, entretanto, reconhece que tem um dom: a mediunidade. E é ai que começam os seus problemas.O uso da faculdade recém descoberta será colocado à prova.
Marcos será testado a cada capítulo. Ora por suas próprias fraquezas, ora por interferência de terceiros.Duas das personagens da trama, por exemplo, começam a vê-lo como uma boa oportunidade de lucrar. Uma delas, Ruth, interpretada por Carol Castro, tentará seduzi-lo.Outro, o empresário Clóvis, proprietário de uma fábrica de cristais, e vivido pelo ator Dalton Vigh, passa a ver, no dom de Marcos, uma chance de ampliar seus negócios.Embora colocada em uma obra ficcional, a problemática acima exposta está longe de ser fantasiosa. Ao contrário, torna-se imperioso tratá–la como absolutamente verossímil.Assim, será possível suscitar uma das mais importantes lições ensinadas por Jesus: daí de graça o que de graça recebestes, importante tema estudado por Allan Kardec em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.Em O Profeta, o personagem principal passa por duas fases muito comuns àqueles que se percebem possuidores de dons mediúnicos.
A primeira delas é a do ceticismo, geralmente acompanhada pelo desconhecimento doutrinário. Normal. Nada que o estudo não resolva.O problema maior, via de regra, é a fase posterior à descoberta dos fenômenos mediúnicos. Ela surge da falsa sensação de auto-suficiência que o indivíduo produz ao achar-se além do mundo das percepções materiais. Literalmente.Não raro, nessa fase, o médium calcula mal sua capacidade, direcionando sua faculdade em benefício de pequenos caprichos humanos. É o que acontece com Marcos. Logo nos capítulos do meio da segunda semana ele sucumbe às tentações mais fúteis. Em certa ocasião, sob o pretexto de angariar recursos para a sua irmã, em franca dificuldade financeira, ele aposta em um cavalo. Ganha o páreo.E comete, à luz da Doutrina Espírita, um grande erro: utilizar, em benefício próprio, algo cuja natureza é, como explica O Evangelho Segundo o Espiritismo, “instável, fugidia e variável e com a qual ninguém pode contar na certa”.Aqui está o detalhe com o qual se entende tudo: a mediunidade é uma cessão. Pode, portanto, ser suspensa e mesmo interrompida definitivamente. A qualquer tempo. Dependerá, claro, da forma que for empregada.
Em O Profeta, cuja primeira versão é de Ivani Ribeiro, e foi apresentada na antiga TV TUPI em 1977, isso pode ser percebido pela personagem Rubia, vivida por Rosi Campos. Trata-se de uma cartomante, que de fato possuía faculdades mediúnicas, e que, por utilizá-las visando lucro, as perdeu.Curiosidade: Rosi, a atriz, é espírita há mais de 20 anos, e freqüenta o Centro Espírita Herculano Pires, na Vila Mariana, em São Paulo. Seu trabalho: médium. Ela acredita que a novela “vai mostrar a todos uma maneira mais tranqüila de encarar a espiritualidade”.É provável que esteja certa. Afinal, a ficção, se não dá conta de esclarecer todas as dúvidas, possivelmente leva a curiosidade e, conseqüentemente à tentativa de conhecimento. Prova disso é o ator Thiago Fragoso.Para representar o protagonista da história foi buscar informações em centros e livros espíritas. O aprendizado, no que se refere à Doutrina Espírita, é indispensável para que não incorramos em equívocos, sob pena de desperdiçar oportunidades de, sendo intermediário dos Espíritos, ajudar ao próximo.Este último, verdadeiro e sublime objetivo da mediunidade bem direcionada
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