Toda uma elite de cientistas da psique deu grandes passos para a compreensão da loucura, suas causas, sua terapêutica. Apesar disso, a doença mental permanece como um grande desafio para todos aqueles que se empenham na compreensão de suas causas, sintomas e conduta. No entanto, não se pode mais descartar a incidência da obsessão ou predomínio exercido pelos Espíritos desencarnados, sobre os homens. Conforme relato do psiquiatra dr. Jorge Andréa dos Santos, membro da Associação Médico-Espírita do Brasil, o psiquismo humano está sujeito a interações cada vez mais intensas. Como nossa vida mental será resultado de muitas etapas (reencarnações), as ligações apresentam profundo entrelaçamento não só com os fatores e experiências presentes, mas também com as fontes e registros de todo o nosso passado.
Há um permanentemente intercâmbio entre as mentes encarnadas e desencarnadas que se encontram na mesma faixa de interesse. Atraindo-se pelos gostos e aspirações, vinculando-se através de afetos doentios, laços de desequilíbrio que alimentam o ódio, exercem a constrição mental e às vezes física, naqueles que correspondem. Isso resulta em variadas alienações de natureza obsessiva. Longe de negar a loucura e as causas detectadas pelos nobres pesquisadores do passado e do presente, o Espiritismo as confirma, nelas reconhecendo mecanismos necessários para o estabelecimento de bases, através das quais a degeneração da personalidade ocorre. Mesmo nos casos em que reconhecemos a presença da loucura nos seu moldes clássicos, deparamo-nos sempre com um Espírito, em si mesmo, doente. Modelou um organismo próprio, para redimir-se, corrigindo antigas viciações e crimes, que ocultos ou conhecidos, lhe pesam na economia moral, exigindo liberação.
Sabendo-se que a morte biológica não acaba com a vida, o homem não pode ser examinado parcialmente, como um conjunto de ossos, nervos e sangue. Somos Espírito, perispírito e matéria. O conhecimento do Espiritismo propicia os recursos para a educação moral do indivíduo, dando oportunidade da terapia preventiva contra as obsessões. A cura das obsessões, nem sempre rápida, depende de vários fatores. Dentre eles, a opção de renovação para o melhor do paciente, que deve empreender esforços para atrair a simpatia daquele que o persegue, adquirindo méritos através de ações do bem desinteressado em favor do próximo.
Jesus, na condição de Terapeuta Divino, prescreveu contra os flagelos da obsessão: "Vigiai e orai, para não cairdes em tentação". Advertiu também: "Fazer ao próximo somente o que desejar que este lhe faça". Agindo desta forma, estaremos desfazendo os laços de animosidades que ainda encontram-se fixados em muitos de nós e despertando para o bem e para a felicidade.