Pessoal,
Artigo para os "alunos-leitores-do-blog" da Escola de Médiuns...
O medo é uma emoção inerente ao homem. Acompanhando a evolução, o medo foi - e continua sendo - necessário para que nossa espécie se preserve. Sem medo, já estaríamos extintos há muito tempo.
Diante de uma situação que desperta o medo, o organismo reage imediatamente. Daniel Goleman, em "Inteligência emocional", descreve com detalhes o que acontece com o sistema nervoso nestas ocasiões. Como uma grande quantidade de adrenalina é liberada na corrente sangüínea, diversas reações ocorrem. É possível que você mesmo já tenha experimentado algumas: o coração dispara e a respiração acelera; sobrevêm a palidez devido a retirada de sangue dos vasos periféricos; o suor inunda a pele; as pupilas se dilatam. Nos preparamos para a fuga ou a luta. O mais comum é a fuga...
Tudo isto é normal. No entanto, existem diversos distúrbios ligados à emoção. Entre eles está o medo patológico, que não tem causa na realidade objetiva e gera uma aflição desmedida. Apresenta-se ou como fobia, ou como o que tem sido denominado "transtorno de pânico".
Pânico, que o dicionário define como "terror infundado", é um termo com origem no deus Pan, da mitologia grega, que com sua forma grotesca, parte homem, parte cabra, se comprazia em assustar as pessoas. Nos ataques de pânico, a pessoa é acometida por terríveis sintomas físicos, sem conseguir identificar a ameaça. Sem aviso prévio, vê-se tomada por vertigens, taquicardia, crise de ansiedade. A sensação devastadora é que a morte é certa - e está próxima! Não há como, nem de que, fugir.
Atualmente, o transtorno de pânico apresenta-se com alta incidência. O tema saiu do âmbito exclusivo dos estudos especializados e tem alcançado a mídia, revelando as aflições íntimas de inúmeras pessoas e a dificuldade em se encontrar a cura definitiva.
Pesquisando a origem do problema, os estudiosos se dividem entre os que crêem em uma causa essencialmente orgânica e os que mantém uma abordagem psicológica, situando na história de vida do paciente os fatores causais. Assim, os tratamentos propostos se apóiam no uso de drogas específicas atuando no sistema nervoso, em terapias comportamentais ou ainda em técnicas que ajudam a controlar os sintomas do pânico.
Joanna de Ângelis, estudando o tema em "Amor, imbatível amor", também declara que não podemos pensar em uma causa única para o transtorno. Uma série de fatores predisponentes e ambientais deve ser levado em consideração. Entre os primeiros, ela coloca a hereditariedade, os fatores genéticos, que possibilitam a predisposição biológica para o distúrbio de pânico. Por outro lado, não descarta que os conflitos infantis, por exemplo, podem ser responsabilizados, direta ou indiretamente, pelas crises.
Os espíritas, naturalmente, são questionados sobre o assunto. O Espiritismo, corroborando as explicações científicas, penetra mais profundamente nas causas. Explica a Doutrina Espírita que o distúrbio do pânico está enraizado no ser imortal, o Espírito, que infringiu as leis divinas. Através da reencarnação, ele imprime em seu novo corpo a necessidade de reparar os erros anteriores, influenciando a constituição íntima dos genes, o que se reflete na predisposição fisiológica para o distúrbio.
Haveria, porém, alguma relação entre a síndrome de pânico e a mediunidade? As crises podem ter algum componente mediúnico? Aqueles que sofrem da síndrome são médiuns em potencial?
Embora o assunto mereça maior esclarecimento, cabe-nos lembrar que médiuns, no sentido de intermediários entre planos diferentes, todos o somos, conforme coloca Allan Kardec, no item 159 de "O Livro dos Médiuns". A faculdade mediúnica é inerente ao homem. Além disso a influência dos Espíritos é constante em nossa vida. No entanto, entre possuir a faculdade e exercê-la a distância é grande. Não por outro motivo, o Codificador prefere reservar o termo "médium" para aqueles em que a faculdade é bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes.
Assim, não podemos – e nem devemos – fazer uma associação direta entre a faculdade mediúnica e o transtorno do pânico. Embora a mediunidade também dependa de uma organização física mais sensível – ou seja, uma predisposição - como ocorre com o distúrbio de pânico, sua finalidade básica é que haja uma comunicação entre espíritos de planos diferentes. Sem que haja comunicação, preferimos catalogar o fenômeno como "anímico", ou seja, um exercício das faculdades da própria alma.
Também não é difícil perceber que, como espírito, o portador da síndrome de pânico sofre a influência de outros espíritos. Quando esta influência é negativa, ou perniciosa, estamos diante de um processo obsessivo. Encarando aquele que sofre o distúrbio como um devedor perante a Lei – o que, afinal, todos somos – que causou prejuízos a outrem, é freqüente que a simples presença deste cobrador, no papel de obsessor, dispare a crise. Através da ação fluídica, associada à corrente mental negativa, que induz o medo e o pavor, que faz aflorar o sentimento de culpa inconsciente, que recorda os sofrimentos anteriormente vividos na erraticidade, ou simplesmente ameaça uma agressão violenta, o obsessor consegue seu intento de aterrorizar. E isto nas situações mais imprevistas.
Observamos, portanto, que como explica Allan Kardec, todo efeito tem uma causa. O pânico, ainda que considerado "infundado", tem também sua causa, que está presente no psiquismo daquele que sofre o distúrbio, e que pode ser ampliada por influências externas.
Conforme ocorre com outros distúrbios emocionais ou mentais, a faculdade mediúnica pode ou não estar presente. O mais importante é buscar tratar-se, utilizando-se dos recursos colocados à disposição pela ciência, seja no campo psiquiátrico ou psicológico, bem como fazer uso da terapêutica espírita, através da fluidoterapia, do estudo edificante e do exercício da caridade. Afinal, renovar as paisagens mentais através do conhecimento e reequilibrar-se perante a Lei através o trabalho em favor de si mesmo e do próximo, constituem-se medidas essenciais para quem busca a cura real.
Escrito por Ely Edson Matos
Revista Cristã de Espiritismo
Artigo para os "alunos-leitores-do-blog" da Escola de Médiuns...
O medo é uma emoção inerente ao homem. Acompanhando a evolução, o medo foi - e continua sendo - necessário para que nossa espécie se preserve. Sem medo, já estaríamos extintos há muito tempo.
Diante de uma situação que desperta o medo, o organismo reage imediatamente. Daniel Goleman, em "Inteligência emocional", descreve com detalhes o que acontece com o sistema nervoso nestas ocasiões. Como uma grande quantidade de adrenalina é liberada na corrente sangüínea, diversas reações ocorrem. É possível que você mesmo já tenha experimentado algumas: o coração dispara e a respiração acelera; sobrevêm a palidez devido a retirada de sangue dos vasos periféricos; o suor inunda a pele; as pupilas se dilatam. Nos preparamos para a fuga ou a luta. O mais comum é a fuga...
Tudo isto é normal. No entanto, existem diversos distúrbios ligados à emoção. Entre eles está o medo patológico, que não tem causa na realidade objetiva e gera uma aflição desmedida. Apresenta-se ou como fobia, ou como o que tem sido denominado "transtorno de pânico".
Pânico, que o dicionário define como "terror infundado", é um termo com origem no deus Pan, da mitologia grega, que com sua forma grotesca, parte homem, parte cabra, se comprazia em assustar as pessoas. Nos ataques de pânico, a pessoa é acometida por terríveis sintomas físicos, sem conseguir identificar a ameaça. Sem aviso prévio, vê-se tomada por vertigens, taquicardia, crise de ansiedade. A sensação devastadora é que a morte é certa - e está próxima! Não há como, nem de que, fugir.
Atualmente, o transtorno de pânico apresenta-se com alta incidência. O tema saiu do âmbito exclusivo dos estudos especializados e tem alcançado a mídia, revelando as aflições íntimas de inúmeras pessoas e a dificuldade em se encontrar a cura definitiva.
Pesquisando a origem do problema, os estudiosos se dividem entre os que crêem em uma causa essencialmente orgânica e os que mantém uma abordagem psicológica, situando na história de vida do paciente os fatores causais. Assim, os tratamentos propostos se apóiam no uso de drogas específicas atuando no sistema nervoso, em terapias comportamentais ou ainda em técnicas que ajudam a controlar os sintomas do pânico.
Joanna de Ângelis, estudando o tema em "Amor, imbatível amor", também declara que não podemos pensar em uma causa única para o transtorno. Uma série de fatores predisponentes e ambientais deve ser levado em consideração. Entre os primeiros, ela coloca a hereditariedade, os fatores genéticos, que possibilitam a predisposição biológica para o distúrbio de pânico. Por outro lado, não descarta que os conflitos infantis, por exemplo, podem ser responsabilizados, direta ou indiretamente, pelas crises.
Os espíritas, naturalmente, são questionados sobre o assunto. O Espiritismo, corroborando as explicações científicas, penetra mais profundamente nas causas. Explica a Doutrina Espírita que o distúrbio do pânico está enraizado no ser imortal, o Espírito, que infringiu as leis divinas. Através da reencarnação, ele imprime em seu novo corpo a necessidade de reparar os erros anteriores, influenciando a constituição íntima dos genes, o que se reflete na predisposição fisiológica para o distúrbio.
Haveria, porém, alguma relação entre a síndrome de pânico e a mediunidade? As crises podem ter algum componente mediúnico? Aqueles que sofrem da síndrome são médiuns em potencial?
Embora o assunto mereça maior esclarecimento, cabe-nos lembrar que médiuns, no sentido de intermediários entre planos diferentes, todos o somos, conforme coloca Allan Kardec, no item 159 de "O Livro dos Médiuns". A faculdade mediúnica é inerente ao homem. Além disso a influência dos Espíritos é constante em nossa vida. No entanto, entre possuir a faculdade e exercê-la a distância é grande. Não por outro motivo, o Codificador prefere reservar o termo "médium" para aqueles em que a faculdade é bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes.
Assim, não podemos – e nem devemos – fazer uma associação direta entre a faculdade mediúnica e o transtorno do pânico. Embora a mediunidade também dependa de uma organização física mais sensível – ou seja, uma predisposição - como ocorre com o distúrbio de pânico, sua finalidade básica é que haja uma comunicação entre espíritos de planos diferentes. Sem que haja comunicação, preferimos catalogar o fenômeno como "anímico", ou seja, um exercício das faculdades da própria alma.
Também não é difícil perceber que, como espírito, o portador da síndrome de pânico sofre a influência de outros espíritos. Quando esta influência é negativa, ou perniciosa, estamos diante de um processo obsessivo. Encarando aquele que sofre o distúrbio como um devedor perante a Lei – o que, afinal, todos somos – que causou prejuízos a outrem, é freqüente que a simples presença deste cobrador, no papel de obsessor, dispare a crise. Através da ação fluídica, associada à corrente mental negativa, que induz o medo e o pavor, que faz aflorar o sentimento de culpa inconsciente, que recorda os sofrimentos anteriormente vividos na erraticidade, ou simplesmente ameaça uma agressão violenta, o obsessor consegue seu intento de aterrorizar. E isto nas situações mais imprevistas.
Observamos, portanto, que como explica Allan Kardec, todo efeito tem uma causa. O pânico, ainda que considerado "infundado", tem também sua causa, que está presente no psiquismo daquele que sofre o distúrbio, e que pode ser ampliada por influências externas.
Conforme ocorre com outros distúrbios emocionais ou mentais, a faculdade mediúnica pode ou não estar presente. O mais importante é buscar tratar-se, utilizando-se dos recursos colocados à disposição pela ciência, seja no campo psiquiátrico ou psicológico, bem como fazer uso da terapêutica espírita, através da fluidoterapia, do estudo edificante e do exercício da caridade. Afinal, renovar as paisagens mentais através do conhecimento e reequilibrar-se perante a Lei através o trabalho em favor de si mesmo e do próximo, constituem-se medidas essenciais para quem busca a cura real.
Escrito por Ely Edson Matos
Revista Cristã de Espiritismo
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Artigos Espíritas