Comenta-se, excessivamente, quanto à necessidade do lazer, como medida de repouso e de renovação de forças.
Lazer, sim; ociosidade, não.
O homem é, biologicamente, preparado e programado para a ação e não para o repouso. O dinamismo vitaliza-o, desenvolve-o, enquanto que a imobilidade enfraquece-o, atrofia-o. Lazer não significa falta de atividade, senão mudança física, emocional e intelectual de atitude, de trabalho.
A ação motiva a vida; o repouso, desestimula-a.
O lazer se faz necessário para facultar o relaxamento das tensões, a reflexão, a programação de novas atividades. Não é necessariamente eficaz somente quando em estações balneárias, campos de desportos, praias, montanhas, viagens regurgitantes...
Esses mecanismos de lazer obedecem a exigências de mercados que vendem emoções novas, produzindo outros estados de angústia, de ansiedade, de cansaço.
O lar e a família, o refúgio num lugar solitário, a música, o silêncio e a prece, propiciam estados íntimos de lazer com excelentes resultados para a renovação pessoal. Há organizações especializadas em lazer, desumanizando o indivíduo que passa a ser manipulado por especialistas que lhe impõem o que lhes parece melhor e não aquilo que, de fato, cada homem quer e necessita.
Apoiando-se ao lazer para evitar a neurose do trabalho, os que param de atuar, quase sempre se tornam vítimas da neurose da falta do que fazer.Merece consideração, neste momento de mais lazer e ociosidade que trabalho, o enunciado de Jesus: "O Pai até hoje trabalha e eu também trabalho", o que motivou o Codificador do Espiritismo, a colocar o trabalho ao lado da solidariedade e da tolerância como fator indispensável para o progresso e a evolução.
(Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis. In: Seara do Bem)
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