Sozinho

Logo após acabar o curso na Universidade de Atlanta, nos Estados Unidos, em 1990, o jovem Christopher McCandless tomou uma decisão que iria mudar significativamente o curso de sua vida. Doou os 24 mil dólares que tinha no saldo bancário a instituições de caridade, e desapareceu sem avisar a família. Já não era a primeira vez que Chris decidia fazer uma viagem pelos vários Estados americanos, sozinho, dependendo da natureza e do que encontrava no caminho. Mas, daquela vez foi diferente. A sua raiva quanto à civilização em que vivia, quanto aos pais e às mentalidades e materialismo da época, foi fundamental para a sua tomada de decisão. A partir daquele dia não mais regressaria à sua casa. Viveu assim, por muito tempo, desbravando o país, andando a pé, ou contando com caronas de estranhos para se locomover. Trabalhava aqui e acolá. Ganhava um pouco de dinheiro, comprava suprimentos e continuava sua caminhada, livre, em busca de uma felicidade há tanto sonhada. Sua história ficou conhecida através de escritos que deixou por vários cantos, sob um pseudônimo, e que depois foram colecionados pelo escritor Jon Krakauer. Num desses escritos encontrou-se as seguintes palavras: Sem jamais ter de voltar a ser envenenado pela civilização, foge e caminha sozinho pela Terra, para se perder na floresta. O solitário andarilho, então, foi ao encontro daquela que seria a maior de todas as suas aventuras, e que simbolizaria seu rompimento com a sociedade civilizada. Embrenhou-se no Alasca, com poucos recursos e condições, buscando sobreviver apenas do que a natureza lhe daria. Meses e mais meses se passaram. Através de um diário que mantinha, na contracapa de alguns livros, o jovem ia descrevendo seus dias e seus pensamentos. Seu corpo foi encontrado em decomposição no ano de 1992, dentro de um saco de dormir, no interior de um pequeno ônibus abandonado na floresta. Calculou-se que já havia falecido há cerca de duas semanas. A causa oficial da sua morte foi inanição – morreu de fome. O autor do livro, que conta a história dramática do jovem, relata que uma das frases mais significativas encontradas em suas anotações dos últimos dias de vida, foi a seguinte: A felicidade... só é verdadeira... quando partilhada. * * * Não nascemos para vivermos sós. Somos seres sociais por natureza, a ponto de nosso isolamento em excesso se fazer prejudicial ao corpo, à mente e ao Espírito. Somos individualidades, é certo – seres completos buscando desenvolvimento intelecto-moral através das eras. Porém tal desenvolvimento, principalmente no que diz respeito ao aspecto moral, só poderá ser realizado na vida social, isto é, no contato com outros seres. Desta forma, toda fuga da vida em sociedade, toda tentativa de escapar da dor, dos desconfortos dos relacionamentos, será sempre frustrada. * * * Nenhum homem possui todos os conhecimentos. Pelas relações sociais é que se completam uns aos outros para assegurar seu bem estar e progredir. É por isso que, tendo necessidade uns dos outros, são feitos para viver em sociedade e não isolados.

Redação do Momento Espírita, com pensamento final do
item 768, de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.
Geraldo Voltz Laps

Sou Geraldo, um entusiasta apaixonado por saúde holística e bem-estar integral. Sou Mestre em Reiki Celta, Usui e especialista em Fitoterapia Etérica, dedicando-me a compreender e explorar os benefícios terapêuticos das energias naturais e práticas ancestrais. Minha jornada de conhecimento estende-se para além da prática, abraçando também os estudos do Druidismo, onde encontrei uma conexão profunda com a natureza e seus ciclos, buscando aprender e aplicar seus princípios na vida diária. Como estudante em Psicologia Junguiana, mergulho nas profundezas da mente humana, explorando os mistérios do inconsciente e os símbolos que moldam nossa psique. Meu compromisso é compartilhar conhecimento, insights e experiências neste blog, buscando oferecer a você, leitor, ferramentas e entendimento para alcançar o equilíbrio entre mente, corpo e espírito. Juntos, vamos explorar os caminhos para uma vida mais plena e saudável, conectando-nos com nossa essência e com o universo ao nosso redor."

1 Comentários

  1. Anônimo8:10 PM

    Mais uma vez venho lhe parabenizar Geraldo, pelo encaixe de um belo texto que nos faz refletir....

    Obrigado

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