Primeira Encarnação e Morte Prematura

Uma Pergunta:

“Se o estado da alma na sua primeira encarnação é o da infância na vida corporal, qual é o estado da alma de um Espírito que desencarna ainda criança?”

Resposta:

A questão, como foi formulada, envolve mais de um aspecto, daí ser obrigatória uma análise de cada um desses aspectos.

Em primeiro, a questão da primeira encarnação de um Espírito. Inicialmente, há que se deixar claro que o Criador cria o Espírito na condição de simples (de compleição) e ignorante (de saber)(1). Em segundo, esclareça-se que a denominação “Espírito” somente é atribuída para designar a criatura individulizada e que já tenha adquirido o pensamento contínuo, a razão e o livre-arbítrio, depois de longa e bilenar etapa evolutiva; antes desse estágio (que é o da humanidade ou hominidade), é denominado de Princípio Inteligente ou Princípio Espiritual. Considere-se ainda que nessa condição de princípio espiritual, ele estagia nos diversos reinos da natureza, em especial dentre os diversos seres orgânicos, mais especialmente ainda dentre os animais inferiores propriamente ditos.
Desse modo, quando considerarmos a primeira encarnação, não estaremos tratando dos estágios sucessivos anteriores referidos, mas sim a primeira encarnação como hominal. Do mesmo modo, não se estará tratando da morte de qualquer criança, pois que morrendo esta em tenra idade, pode ser que se trate de um Espírito muito mais antigo e experiente do que um outro adulto corporalmente (2). Isto porque há que se ter que nem toda criança corporal é um espírito em sua primeira encarnação.

Mas, a pergunta trata de uma primeira encarnação e que ocorra vir a desencarnar em tenra idade.

Eis aí o segundo aspecto da questão, a morte prematura frente “à infância de vida corporal”, sendo que uma terceira questão reside na identificação de qual é o estado dessa alma que desencarna nesse estado corporal.

Se a criança desencarnante está no estágio da sua primeira encarnação no reino hominal, por certo não pôde praticar o mal e, assim, nada tem a expiar. Mas, com certeza isso lhe servirá de acrescentamento de uma experiência, seja para ela mesma, seja -- o que é mais provável -- uma prova ou expiação para os próprios pais (3). Será, em qualquer dos casos, certeza de que ela poderá (e deverá) recomeçar uma nova existência, o que deve se dar imediatamente, ou seja, sem grande hiato na erraticidade, já que está ainda bem próxima do estágio da animalidade, onde as reencarnações são automáticas, exatamente em razão de não ter o que expiar.

Logo, o estado espiritual dessa criança que desencarna (em primeira encarnação, na infância da vida corporal), será praticamente de inconsciência do fato, sendo mesmo “sujeito paciente da lei natural”, com possibilidade de, imediatamente, reencarnar para uma nova experiência corporal, agora já aproveitando o “conhecimento” instintivo dos princípios do mundo das formas no mundo material, quem sabe até para uma nova vida em complemento da vida anteriormente interrompida(4). Afinal, “somente após muitas encarnações ou depurações sucessivas, atingem (os Espíritos) a finalidade para que tendem”(5).

Transcrevamos, para sintetizar de vez o assunto, a questão 190 do Livro dos Espíritos e sua resposta lapidar: “Qual o estado da alma na sua primeira encarnação? – R. O da infância na vida corporal. A inteligência então apenas desabrocha: a alma se ensaia para a vida” (o itálico é do original).

Francisco Aranda Gabilan
Junho, 2009
fagabilan@uol.com.br
CELESFA

Centro Espírita Luz da Esperança de São Francisco de Assis

1 Comentários

  1. Olá amigos do Cele...estou em dúvidas e gostaria que averiguassem,por gentileza,a foto e a postagem de uma amiga que frequento diariamente.
    (embuscadeumnovocorpo.blogspot.com.Ela está muito agoniada com a situação...
    Obrigada pela atenção e parabéns pelo blog...esclarecedor...

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