Em nosso afã de bem educar os filhos, nem sempre os métodos de que nos utilizamos são os mais corretos.
Em alguns casos, embora não seja a nossa intenção, geramos algumas ansiedades e medos nas crianças.
Recentemente, lemos as recordações de uma escritora chinesa. Ela e mais três irmãos, em plena época da China Comunista, ao comando de Mao Tsé-Tung, foram educados por sua avó.
Para essa avó, todas as flores e árvores, as nuvens e a chuva eram seres vivos, dotados de coração, lágrimas e sentido moral.
Muito ligada às velhas regras chinesas para crianças, em especial a de que os pequenos deviam ouvir as palavras, isto é, ser obedientes, ela contava muitas histórias.
Quando não as retirava dos livros, com os quais enchia as noites de fantasia, especialmente da escritora que tudo narra, ela as inventava.
Assim, frisava a avó que se os netos não fossem obedientes, tudo de mal lhes poderia acontecer.
Quando comiam laranjas, por exemplo, ela advertia os pequenos para não engolir as sementes.
Se não me escutarem, um dia não vão poder entrar em casa. Cada sementinha é um bebê laranjeira que quer crescer, igualzinho a vocês.
Ele vai crescer caladinho dentro da barriga, para cima. Aí, um dia, a árvore vai sair pelo topo da cabeça.
Vai criar folhas, dar laranjas e ficar mais alta do que a porta.
A ideia de uma laranjeira no topo da cabeça fascinou a menina. Certa feita, de forma deliberada, engoliu uma semente. Uma só.
Afinal, ela não queria um pomar na sua cabeça. Seria pesado demais.
Durante todo aquele dia, ela ficou apalpando ansiosa a cabeça, a cada minuto, para ver se a árvore começara a brotar.
Tinha vontade de perguntar para a avó se poderia comer as laranjas que frutificassem em sua cabeça. Conteve-se porque se perguntasse, a avó ficaria sabendo que ela fora desobediente.
Na sua cabecinha, começou até a elaborar um plano. Quando a árvore começasse a aparecer no topo da sua cabeça, ela fingiria que não fora intencional engolir a semente.
Nessa noite, a garotinha dormiu muito mal. Sentia uma coisa forçando o crânio, como desejando vir para fora. Que noite!
Naturalmente, com o tempo, e por si mesma, a menina descobriu que nenhuma árvore iria nascer, a partir da sementinha que tinha comido.
Contudo, demorou um pouco. Foram dias silenciosos e preocupantes. Dias solitários porque ela não podia falar da sua desobediência.
Dias de medo das consequências.
Recentemente, lemos as recordações de uma escritora chinesa. Ela e mais três irmãos, em plena época da China Comunista, ao comando de Mao Tsé-Tung, foram educados por sua avó.
Para essa avó, todas as flores e árvores, as nuvens e a chuva eram seres vivos, dotados de coração, lágrimas e sentido moral.
Muito ligada às velhas regras chinesas para crianças, em especial a de que os pequenos deviam ouvir as palavras, isto é, ser obedientes, ela contava muitas histórias.
Quando não as retirava dos livros, com os quais enchia as noites de fantasia, especialmente da escritora que tudo narra, ela as inventava.
Assim, frisava a avó que se os netos não fossem obedientes, tudo de mal lhes poderia acontecer.
Quando comiam laranjas, por exemplo, ela advertia os pequenos para não engolir as sementes.
Se não me escutarem, um dia não vão poder entrar em casa. Cada sementinha é um bebê laranjeira que quer crescer, igualzinho a vocês.
Ele vai crescer caladinho dentro da barriga, para cima. Aí, um dia, a árvore vai sair pelo topo da cabeça.
Vai criar folhas, dar laranjas e ficar mais alta do que a porta.
A ideia de uma laranjeira no topo da cabeça fascinou a menina. Certa feita, de forma deliberada, engoliu uma semente. Uma só.
Afinal, ela não queria um pomar na sua cabeça. Seria pesado demais.
Durante todo aquele dia, ela ficou apalpando ansiosa a cabeça, a cada minuto, para ver se a árvore começara a brotar.
Tinha vontade de perguntar para a avó se poderia comer as laranjas que frutificassem em sua cabeça. Conteve-se porque se perguntasse, a avó ficaria sabendo que ela fora desobediente.
Na sua cabecinha, começou até a elaborar um plano. Quando a árvore começasse a aparecer no topo da sua cabeça, ela fingiria que não fora intencional engolir a semente.
Nessa noite, a garotinha dormiu muito mal. Sentia uma coisa forçando o crânio, como desejando vir para fora. Que noite!
Naturalmente, com o tempo, e por si mesma, a menina descobriu que nenhuma árvore iria nascer, a partir da sementinha que tinha comido.
Contudo, demorou um pouco. Foram dias silenciosos e preocupantes. Dias solitários porque ela não podia falar da sua desobediência.
Dias de medo das consequências.
* * *
A criança entende muito bem de causa e consequência. Portanto, utilizemos a verdade.
Digamos porque deve ou não deve agir dessa ou daquela forma. Digamos porque tal atitude poderá lhe gerar dores ou alegrias.
Ensinemos com coerência. Utilizemos histórias, fatos, sem os exageros que possam incutir medo.
Essa prática, com o tempo, acaba por fazer que as crianças deixem de acreditar em seus pais ou educadores e passem a desprezar autoridades, o ensino dos mais maduros, a palavra da experiência.
Pensemos nisso e façamos o melhor pelos nossos filhos.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 11 do livro Cisnes selvagens – três filhas da China, deJung Chang, ed. Cia. das letras.
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Artigos Espíritas
isso é o que se diz pressão psicologica na criança.
ResponderExcluirCredu.
abçs
Muito boa matéria amigo, sempre devemos transmitir a realidade, a verdade, assim preparamos as crianças para um mundo melhor.
ResponderExcluirAbraços forte
Achei linda a postagem, muita lúdica e ao mesmo tempo verídica,me vi criança, eu tinha medo de engolir caroços tb.
ResponderExcluirSuper Bjo
Grande Geraldo, como diz o ditado, de boas intenções o inferno está cheio. É por ai, nem sempre educamos nossos filhos da melhor forma possivel, entretanto o maior mal ainda é colocar filhos no mundo e abandona-los quer seja materialmente e emocionalmente.
ResponderExcluirOlá Geraldo,
ResponderExcluirEu penso que tentamos educar os nossos filhos o melhor possível, mas nem sempre o sucesso é garantido devido às nossas próprias limitações. Pessoalmente acho muito importante desmistificar, principalmente quando essa solicitação parte da criança (ex: Pai Natal, Fada dos Dentes, Bola de cristal, etc.).
A história que apresentas é deliciosa, enquanto história, mas seria incapaz de fazer os meus filhos acreditar em tal coisa! :)
Abraços
Luísa
Muito bem colocado. Se pensarmos especialmente nas crianças índigo, tão estudadas pela pela psicologia atualmente, o texto postado se torna ainda mais importante. Não podemos esquecer que como espíritos encarnados que somos, as crianças que educamos podem ser mais velhas e sábias que nós. Assim sendo, explicações sem conteúdo racional e moral certamente não trarão o efeito desejado. Votos de paz!
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