Nestes dias borrascosos, quando as dificuldades para uma existência digna se apresentam, ante o tumulto, o desespero e a violência desregrada, a ausência de autoridade moral em inúmeros setores da sociedade, desconfiança e sofrimentos, é inevitável que se recorde de um Homem que, em período já remoto, mas em circunstâncias equivalentes, soube e pôde viver dentro da nobre diretriz do amor…
Num lar modesto, em uma aldeia sem grandes possibilidades de cultura e de enriquecimento moral, Ele manteve desde a infância uma conduta irreprochável, enfrentando a ignorância e os costumes atrasados, sem educação nem fraternidade, no qual predominava o poder pela força, pelas armas, pela astúcia e o crime…
Viveu modestamente como auxiliar de carpinteiro, profissão que aprendera com o pai e, repentinamente, aos vinte e oito ou trinta anos, iniciou o mais extraordinário ministério de amor e dignidade que a História registrou.
Utilizando-se dos recursos da época, atraiu apenas doze companheiros para a mais notável construção do pensamento filosófico, utilizando-se da ética do amor e do respeito ao próximo.
Ao povo simples e sofredor, esquecido pelas autoridades governamentais e necessitado de pão e de trabalho para manter-se, apresentou um projeto de felicidade que tem resistido a todas as alterações do tempo e da cultura, preservando os conteúdos originais e desafiadores que ainda hoje constituem normativas de equilíbrio para milhões de vidas humanas.
Vivendo entre miseráveis, não se fez mais um deles, e atraindo os ricos mais sensíveis e representantes do poder religioso temporal, não se permitiu assemelhar-lhes, permanecendo acima de todos aqueles com os quais dialogava. Portador de uma paciência rica de misericórdia e ternura, não facultou que ninguém se Lhe afastasse, deixando de levar algo da sua grandeza em forma de esperança e de paz.
Utilizando-se de historietas a respeito do quotidiano, imprimiu na humanidade regras de comportamento e de sabedoria jamais ultrapassadas.
Utilizando-se de historietas a respeito do quotidiano, imprimiu na humanidade regras de comportamento e de sabedoria jamais ultrapassadas.
Discursando com palavras comuns e sem retoques, fez literatura ímpar, qual aconteceu no sermão em um monte, que se tornou página de incomparável beleza poética, sociopsicológica, política e humanística, que atravessou os séculos produzindo harmonia nas mentes e nos corações.
Perseguido, em razão da Sua honestidade, caluniado e cercado por inimigos poderosos, não reagiu, nem os amaldiçoou em momento algum. Pelo contrário, no momento máximo da jornada, quando crucificado, perdoou aos seus perseguidores, justificando-lhes o desconhecimento da verdade…
…E voltou de além da morte para auxiliar todos naqueles e nos tempos do futuro… Esse homem é Jesus, a Quem suplicamos que volte outra vez.
Divaldo Franco, Professor, médium e conferencista
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 22-03-2018.