Nós mesmos, espíritos em evolução, somos a Fonte do Bem e do Mal, pois fomos criados simples e ignorantes. A partir da compreensão de nossa criação, pode-se ampliar a discussão acerca da Fonte do Bem e do Mal para a relação de livre-arbítrio e inteligência.
Um dia, ainda no estado primitivo e animal, foi necessário a utilização dos instintos, meios de conservação e sobrevivência. Com o decorrer da evolução, os seres adquirem o fator racional, o qual permite compreender as coisas.
Na obra “A Gênese”, edição original de Allan Kardec, o instinto é “a força oculta que impulsiona os seres orgânicos a atos espontâneos e involuntários, visando à sua conservação.”
Esse trecho pertence ao capítulo O Bem e o Mal, no qual ainda discorre sobre inteligência que, segundo a obra, “se revela por atos voluntários, refletidos, premeditados, combinados conforme a oportunidade das circunstâncias”.
“Todos os atos mecânicos são instintivos. O ato que denota reflexão e combinação é inteligente. Um é livre, o outro não.”
Portanto, o livre-arbítrio, assim como as responsabilidades sobre as escolhas tomadas a partir da razão, relacionam-se diretamente com o conhecimento adquirido a partir do desenvolvimento intelectual.
O maniqueísmo dogmático e religioso figura a Fonte do Bem e do Mal como sendo seres, como por exemplo o Diabo como o causador das escolhas inclinadas ao mal. Mas, o mal que fazemos, é uma mistura resquícios primitivos imbuídos com a ignorância.
Sendo a ignorância uma fonte para o mal, é por meio da instrução e da educação que os espíritos poderão se distanciar dos instintos primitivos que os levam às más inclinações. A partir do conhecimento adquirido, as escolhas tomadas ao mal são, portanto, uma resistência moral às Leis Divinas.
Sem dúvida, o tempo e as experiências adquiridas levam os Espíritos a se cansarem de praticar o mal e ao poucos se desenvolvem moralmente. As Leis Divinas estão gravadas em nosso íntimo e o mais nobre chamado a elas é o amor e todas as suas expressões, como: caridade; perdão; e humildade.