Como Allan Kardec popularizou o espiritismo no Brasil

A reputada rede britânica de rádio e televisão BBC publicou esta semana em seu site uma reportagem sobre Espiritismo, provavelmente motivada pela passagem dos 150 anos da desencarnação de Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, bem como pela expectativa do lançamento do filme "Kardec - a história por trás do nome", de Wagner de Assis, cuja estreia está marcada para 16 de maio.

É sempre interessante acompanharmos o que a imprensa (que tem por princípio ser laica) escreve sobre Espiritismo, razão pela qual reproduzimos aqui toda a matéria publicada pela BBC, cujo original está disponível no neste link.

O sucesso do espiritismo no Brasil, onde tem mais seguidores do que na França, pode ser explicado, ainda, pelo processo de "religiosificação" da doutrina no país. Essa é a opinião de Célia Arribas, doutora em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP) e professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Se, na terra natal de Kardec, o espiritismo tinha caráter majoritariamente científico ou filosófico; no Brasil, ganhou status de religião.

"Ao reforçar o caráter religioso do espiritismo, seus primeiros adeptos, oriundos de grupos socialmente privilegiados, como médicos, políticos e advogados, viram nisso uma forma de legitimar sua existência em solo brasileiro e escapar do Código Penal de 1890, que estabelecia punições, como multa e detenção, para quem praticasse o espiritismo", explica a socióloga.

Dados do último Censo apontam que, entre 2000 e 2010, o número de espíritas no Brasil cresceu 65%, passando de 2,3 milhões, algo em torno de 1,3% da população, para 3,8 milhões, cerca de 2%. Mas, se o número de fiéis é de 3,8 milhões, o de simpatizantes, segundo a Federação Espírita Brasileira (FEB), pode chegar a 30 milhões. "Muitos não se assumem como espíritas porque são católicos ou porque não enxergam o espiritismo como religião", explica Célia Arribas, da UFJF.

"Há também aqueles que vão aos centros atrás de alívio para alguma aflição pontual. É o que chamamos na sociologia de 'religião de clientela', um tipo de religiosidade de serviço que não cria vínculos".

Mesmo tendo crescido tanto, o espiritismo continua a ser uma confissão minoritária no país. Em número de adeptos, está atrás de católicos (64%) e evangélicos (22%). "São a maioria da minoria", define o sociólogo Reginaldo Prandi, da USP. "A doutrina espírita não está preocupada em fazer proselitismo ou converter ninguém. Está interessada apenas em fazer o bem e praticar a caridade".

Fonte BBC
Centro Espírita Luz da Esperança

Blog do Centro Espírita Luz da Esperança de São Francisco de Assis. Atendimentos a luz da doutrina de Allan Kardec, localizado em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, Brasil.

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