Nicolas Camille Flammarion nasceu em Montigny-le-Roi, Haute-Marne, França, à uma hora do dia 26 de fevereiro de 1842; e, como ele mesmo diria mais tarde, “estava muito impaciente para chegar à Terra, e não esperou os 9 meses: nasceu aos 7 meses”.
De modesta família de lavradores, ele era o mais velho de quatro filhos, apresentando qualidades excepcionais desde muito jovem. Aos quatro anos de idade já sabia ler, aos quatro e meio sabia escrever e aos cinco já dominava rudimentos de Gramática e Aritmética. Tornou-se o primeiro aluno da Escola Comunal conquistando, nos primeiros cursos, uma Cruz de Honra, que guardava como recordação de seu primeiro mestre, o Senhor Crapelet.
Relação com Allan Kardec
Tornando-se espírita convicto, Camille Flammarion foi amigo pessoal e dedicado de Allan Kardec, tendo sido o orador designado para proferir as últimas palavras à beira do túmulo do Codificador do Espiritismo.
Rendendo homenagem a Kardec, que desencarnara, repentinamente, dia 31 de março de 1869, Flammarion, a convite da Direção da Sociedade Espírita de Paris, consigna, no seu discurso, para a posteridade que “Ele era o que eu denominarei o bom senso encarnado”, publicado, posteriormente, sob o título “Discours prononcé sur la tombe d´Allan Kardec”, em “Oeuvres Posthumes d´Allan Kardec” (Obras Póstumas) (RE - 1869 - Maio; OP, Discurso pronunciado junto ao túmulo de Allan Kardec).
Obras
As obras de Camille Flammarion foram traduzidas para grande número de idiomas: inglês, espanhol, sueco, dinamarquês, italiano, húngaro, checo, holandês, romeno, russo, alemão, português; e são referidas na “Revue Spirite” (“Revista Espírita”), que também publica seus artigos.
Suas obras, de uma forma geral, giram em torno do postulado espírita da pluralidade dos mundos habitados e são as seguintes: “Os Mundos Imaginários e os Mundos Reais”, “As Maravilhas Celestes”, “Deus na Natureza”, “Contemplações Científicas”, “Estudos e Leitura sobre Astronomia”, “Atmosfera”, “Astronomia Popular”, “Descrição Geral do Céu”, “O Mundo antes da Criação do Homem”, “Os Cometas”, “As Casas Mal-Assombradas”, “Narrações do Infinito”, “Sonhos Estelares”, “Urânia”, “Estela”, “O Desconhecido”, “A Morte e seus Mistérios”, “Problemas Psíquicos”, “O Fim do Mundo”, entre outras.
Desencarne
Popularizador da Astronomia e divulgador do Espiritismo, Camille Flammarion desencarnou no dia 4 de junho de 1925, aos 83 anos, em Juvisy-sur-Orge. Com o fato, sua esposa Mme. Gabrielle Camille Flammarion assumiu a direção do Observatório Juvisy, desencarnando, porém, dois anos depois.
Segundo Gabriel Delanne, Camille Flammarion foi um filósofo enxertado e sábio, possuindo a arte da ciência e a ciência da arte. Flammarion “poeta dos Céus”, como o denominava Michelet, tornou-se baluarte do Espiritismo, pois, sempre coerente com suas convicções inabaláveis, foi um verdadeiro idealista e inovador.