Não, pois o que caracteriza a prática espírita é exatamente a sua simplicidade, sem necessidade de qualquer culto exterior, buscando vivenciar o princípio cristão de que Deus existe em nós por meio do espírito e da verdade, refletidos em nossa conduta de vida. O Espiritismo, portanto, não tem sacerdotes, não adota e nem usa em suas reuniões e práticas paramentos ou quaisquer vestes especiais; vinho ou qualquer outra bebida alcoólica; incenso, fumo ou outras substâncias que produzam fumaça; altares, imagens, velas ou outros objetos materiais que auxiliem no chamamento do público.
Também não tem hinos ou cantos em línguas mortas ou exóticas; danças, procissões ou atos semelhantes; atendimento a qualquer interesse material ou mundano; talismãs, amuletos, orações miraculosas, bentinhos ou escapulários; não administra sacramentos, não concede indulgências, não distribui títulos nobiliárquicos; não confecciona horóscopo e nem exerce a cartomancia e quiromancia; não tem rituais e nem faz promessas e despachos.
Examinando a Codificação Kardequiana, não encontraremos referências a qualquer tipo de cerimônia ou ritual, como casamentos, batizados, entre outros. Inclusive, tal prática foi expressamente desaconselhada pelo Espírito Emmanuel, no livro Conduta Espírita, psicografia de Waldo Vieira, ao abordar a postura do Dirigente das reuniões mediúnicas. Afirma o autor espiritual que se deve desaprovar o emprego de rituais, imagens ou símbolos de qualquer natureza nas sessões mediúnicas, de modo a assegurar a prática do Espiritismo na sua forma pura e simples, destacando que mais vale um sentimento puro que centenas de manifestações exteriores.
Como somos filhos diretos de Deus não se justifica precisarmos de intermediário para esse contato com Ele, podemos fazê-lo diretamente pelo pensamento e pelo coração. As casas espíritas ou sociedades verdadeiramente espíritas, seguidores dos postulados da Doutrina Espírita, observam estas orientações.
O casamento, por exemplo, existe no Espiritismo enquanto Instituição, mas não como rito, é dizer, não existe cerimônia religiosa de Casamento no Espiritismo, mas nas obras básicas da Codificação, a espiritualidade superior confirma a importância do casamento, afirmando ser ele um progresso na marcha da Humanidade. Comentando esta pergunta, o Espírito Miramez reafirma a importância do casamento como instituição e ensina ser uma lei natural para todos os seres, em todos os planos da vida e que, mesmo nos planos espirituais mais próximos à Terra, os Espíritos também se unem para atividades sagradas do aperfeiçoamento.