Terra esquenta e cientistas pedem socorro



Aquecimento é problema comum a todos os homens de nosso planeta

Davilson Silva

A Terra está esquentando e solicita medidas imediatas pra ontem! A mensagem do relatório da comissão que estuda as mudanças climáticas, da ONU (Organização das Nações Unidas), foi enérgica: “Até o fim do século, três de cada dez espécies de seres vivos desaparecerão do Planeta, e a vida humana será profundamente afetada”.


Os homens não sabemos nos valer de todos os recursos da inteligência nem ainda nos convencemos da necessidade de considerar os semelhantes além de todos os demais elementos do nosso meio ambiente. Se cada indivíduo soubesse se resignar com menor ou maior proporção a parte que lhe cabe, não haveria tantas tragédias, tantos crimes hediondos. O desprezo deliberado e consciente de muitos pelos fatos exteriores é deveras curioso!...


A falta de sensibilidade aos preceitos divinos também leva o homem a perpetrar crimes contra o conjunto de domínios naturais. Atos condenáveis acontecem contra a ordem do rico patrimônio produzido pela Natureza, outorgado ao homem, ao qual ele está sujeito. Sim! O Rei da Natureza (...), distinto indivíduo que pode raciocinar para conhecer, para julgar das correspondências das coisas. É. Pensamos, realizamos, conquistamos bens, valores, e não somos capazes de viver os limites da existência que a natureza nos traçou1, violando as suas regras.


E não me venham com aquela conversa fiada de que Deus não existe ou se existisse seria ruim. Deus sempre existiu, e nunca deixou de ser infinitamente bom, por isso, forneceu os meios de subsistência2, ao empregar recursos diversos para que, através do livre-arbítrio e raciocínio, pudéssemos suprir todas as nossas necessidades, como Deus é justo, dentro de regras proporcionadas. E o que fizemos? Temos danificado nosso ecossistema, haja vista um dos mais recentes relatórios, o de 6 de abril deste ano.


Por causa dos poluentes antropogênicos, isto é, poluentes provocados pelo homem, o Efeito Estufa aumentou. Em geral, ao se trazer à baila o efeito estufa, o alvo preocupante dos ambientalistas é o agravamento dos poluentes, ou seja, gases e vapores produzidos pelas queimas nas matas, pelos carros e indústrias. Meteorologistas e climatologistas acham ainda que o uso excessivo de águas subterrâneas e do solo para a agricultura industrial afora o desmedido consumo energético tem a ver com isso. O fato é que o efeito estufa, fenômeno climático de larga extensão, esquenta a temperatura média da Terra e destrói a camada de O3, ou ozônio, gás azul pálido, oxidante e reativo, uma variante do O2, ou oxigênio.


A camada de ozônio fica bem mais exposta ao Sol. Efetivamente, gases e vapores emitidos absorvem a radiação infravermelha expedida da superfície da Terra, e emanam, por sua vez, a energia absorvida de volta para a superfície. Resultado: a superfície recebe quase o dobro de energia da atmosfera mais que a energia que recebe do Sol, ficando cerca de 30 graus Celsius mais quente do que se estivesse sem os gases que provocam esse aumento.


Tais conclusões têm sido divulgadas pelo IPCC (em português: Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas), estabelecido pela ONU e pela Organização Meteorológica Mundial. Os relatórios vêm apontando para uma possível grave mudança do conjunto das características atmosféricas, o que prejudicaria a regularidade do regime das chuvas em todas as florestas do globo.


Essa intensa desordem climática tende a eliminar totalmente as matas, convertendo-as em outro gênero de ecossistema. Os cientistas se referiram a savanas, ou um tipo de cerrado muito parecido com o nosso cerrado brasileiro, ou melhor, uma qualidade de solo cuja vegetação é caracterizada por diferentes árvores baixas, retorcidas, de casca grossa e suberosa, espaçadas que levam por baixo extenso tapete de gramíneas.


Floresta pode acabar
— Mentalize, leitor... Mentalizemos, meu caro leitor ou minha cara leitora, a nossa gloriosa Floresta Amazônica, outrora referta de exuberantes espécies, reduzida a apenas alguns exíguos hectares! Plantas, variados tipos de peixes, de diversos insetos, anfíbios, répteis, mamíferos e aves de plumagem bela e variada deixariam de existir para todo o sempre... amém??!!... Segundo o relatório do IPCC, a Amazônia pode atingir lastimoso termo até 2080. Cientistas calculam um aumento de 6oC no decurso do século, e antes desse possível resultado, aconteceriam outros desastres.


Grandes alterações climáticas provocariam chuvas e secas extraordinárias em prejuízo da agricultura, desertos avançariam, terremotos, ondas gigantescas do tipo Tsunami seriam mais continuadas, e a vida da população das zonas costeiras e das grandes cidades se veriam em grande apuro, por sinal, as calotas polares estão se derretendo numa rapidez notável. O degelo das calotas aumenta o nível do mar e representa uma grande ameaça, do mesmo modo que a escassez de água potável e as doenças dela decorrentes (30 mil pessoas morrem por dia, vítimas de moléstias motivadas pela falta da qualidade da água).


É preciso sanar os efeitos do excessivo aquecimento a fim de impedir os possíveis resultados trágicos e calamitosos que podem ocorrer, e isso não é alarmismo! Se políticos, capitalistas, a população não fizerem por onde, será mais crucial para as novas gerações. No entanto, países ricos, os maiores poluidores como os Estados Unidos, parecem mais propensos a se defender de eventuais catástrofes, que parar de poluir, em detrimento dos povos de países mais pobres como Filipinas e Indonésia; há muito, estes já vêm sofrendo com as violentas tempestades, com maremotos, com deslizamentos de terra e contágio de diversas doenças.


Atenção!! Não podíamos esquecer de aludir a um certo inquietante relatório. Outra exposição mais alarmante que aquela, acerca do problema, foi há algum tempo difundida na imprensa internacional, dizendo respeito a outras previsões, só que elaboradas pelo Pentágono... Conforme o divulgado, os efeitos do aquecimento não estariam por acontecer no prazo de até meio século, e sim daqui a uns três anos...


A coisa estaria mais próxima do que se imagina?! Não foi à toa que o presidente norte-americano citou o “aquecimento global”... Aí tem! Logo ele que não quis assinar o acordo do Protocolo de Kioto, no Japão, em 1997. Vale dizer que o protocolo queria dar força de lei à obrigatoriedade de 5% para 2% das emissões de gases lançados na atmosfera, entre 2008 e 2012, o que teria sido importante passo, um sério compromisso firmado pelos países ricos. Dizem que cientistas já andam apelando para o povo...


Pedem socorro
— Uma amiga de Connecticut, em recente conversa telefônica, me contou que, nos EUA, cientistas até desistiram de recorrer às autoridades, as que possuem efetivo poder de decisão. Agora, eles se dirigem ao povo em tom de apelo patético, no afã de esclarecer sobre as possíveis calamidades. Disse o climatologista Joel Smith que o aquecimento está aí, “nos preparemos, vai ficar muito pior”, segundo palavras suas. Smith foi um dos que cooperaram no trabalho do citado relatório da ONU.


Há saída? Há. Cientistas do IPCC garantiram que é possível conter as emissões de gases até 2030, ao restringir o uso do carvão e do petróleo para gerar energia, optando-se mais pelo emprego de recursos alternativos. Fala-se em uso do álcool, de menos gasolina e diesel e na retomada de solos imprestáveis para o plantio em vez de apenas deixá-los desmatados. Cogita-se mudanças no setor dos transportes, da construção civil e da fabricação dos eletrodomésticos, em todos os países. Para que isso se concretize, é preciso consenso quanto à queda entre 1,5% e 3% do PIB mundial (mais de R$ 2 trilhões), equivalente ao PIB do Brasil3.


E nós? O que podemos começar a fazer? Por exemplo: onde moramos, podemos preservar as árvores plantadas e cultivar outras; podemos reduzir nosso lixo e evitar atirá-lo em rios, em lagoas, em córregos, no mar, sobretudo, o lixo químico, como baterias, invólucros de inseticidas e de produtos de limpeza, seringas, medicamentos vencidos etc. Em obséquio à Humanidade, ao próximo, aos mais próximos, ou entes queridos, às novas gerações, a você mesmo, economize água. Feche bem as torneiras; água, hoje em dia, é recurso limitado. Não tome banho demorado; por exemplo: ficar quinze minutos embaixo do chuveiro gasta 60 litros.


Reduzir emissões de gases na atmosfera também depende muito da nossa boa vontade além da dos governantes, ao abrirmos mão dos benefícios proporcionados pela tecnologia, de certas extravagâncias. O aquecimento não espera, passou a ser um problema comum a todos os homens deste nosso planeta. Urge uma tomada de consciência do caso, senão os gases podem permanecer um ou mais séculos no ar que cobre o céu risonho e límpido da Pátria onde a imagem do Cruzeiro resplandece sobre nossos lindos campos que têm mais flores e nossos bosques, mais vidas... onde tem palmeiras e canta o sabiá...


Talvez o prezado leitor(a) não tenha tempo nem força política ou dinheiro ou fama para dispor de algum horário da mídia a fim de tentar convencer os poderosos a “amar o seu próximo como a si mesmo”, a amar o Planeta. Dizem nos Centros Espíritas que a caridade começa em casa. Creio na força daquela historinha do beija-flor — num ato de renúncia e incomum esforço, borrifava com o bico a porção de líquido em forma de gotícula, tirada de um regato para apagar o incêndio cujas chamas arruinavam a sua generosa floresta.


Notas
1 - KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo, 62ª. ed. São Paulo, Lake — Livraria Allan Kardec Editora, 2001, capítulo 5, item 7, p. 77.
2 - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, 62ª. ed. São Paulo, Lake — Livraria Allan Kardec Editora, 2001, capítulo 5º, questão 716, p. 247.
3 - Enquanto terminava as últimas linhas deste texto, o programa Fantástico, Rede Globo, informava em sua edição de 29 de abril que o pessoal do IPCC se reuniria em Bangcoc, Tailândia, para tratar um novo relatório sobre o que seria possível fazer, a fim de evitar o que fora previsto nas três primeiras reuniões desde fevereiro deste ano.

O autor é jornalista, escritor, expositor espírita e presidente-fundador da Fraternidade Espírita Aurora da Paz (Feap), São Paulo, Capital.


Geraldo Voltz Laps

Sou Geraldo, um entusiasta apaixonado por saúde holística e bem-estar integral. Sou Mestre em Reiki Celta, Usui e especialista em Fitoterapia Etérica, dedicando-me a compreender e explorar os benefícios terapêuticos das energias naturais e práticas ancestrais. Minha jornada de conhecimento estende-se para além da prática, abraçando também os estudos do Druidismo, onde encontrei uma conexão profunda com a natureza e seus ciclos, buscando aprender e aplicar seus princípios na vida diária. Como estudante em Psicologia Junguiana, mergulho nas profundezas da mente humana, explorando os mistérios do inconsciente e os símbolos que moldam nossa psique. Meu compromisso é compartilhar conhecimento, insights e experiências neste blog, buscando oferecer a você, leitor, ferramentas e entendimento para alcançar o equilíbrio entre mente, corpo e espírito. Juntos, vamos explorar os caminhos para uma vida mais plena e saudável, conectando-nos com nossa essência e com o universo ao nosso redor."

1 Comentários

  1. Anônimo12:52 PM

    Muito boa a divulgação do Espiritismo que voces fazem, vamos continuar transmitindo a luz para as pessoas.

    Convido voce a visitar meus sites:

    http://www.espacoauryn.com
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