Há uma diferença fundamental entre ler e estudar. A leitura, seja dinâmica ou pausada, nos informa superficialmente do conteúdo do objeto de análise. Ler um livro de ponta a ponta não significa a apreensão do pensamento do autor, um diálogo com suas idéias. Pode-se ler uma, duas, ene vezes, sem que consigamos penetrar nos meandros dos conceitos contidos em determinado texto. Memorização não é reflexão.
O ato de estudar demanda humildade, afirmou o grande pedagogo Paulo Freire. Essa a maior virtude, imprescindível, fundamental mesmo no processo de estudo. Um trabalho árduo, a exigir criticidade, reflexão e até uma certa empatia para com o autor. Qual sua intenção ao escrever, que idéia quer passar, fundamentou bem, as informações estão corretas, as fontes bibliográficas foram bem utilizadas? Pensar junto com o autor é uma tarefa extremamente difícil pois a tendência é mensurar toda e qualquer idéia a partir de nosso repertório. Amiúde, fazemos uma camisa de força no trato das idéias, adequando-as ao nosso ideário e valores.
A postura humilde nos faz trilhar dois caminhos fundamentais para que o estudo se concretize de fato. O primeiro refere-se ao pensamento do autor, compreendê-lo mas sem julgá-lo a priori. Ler com a mente aberta, sem premeditações, sem preconceito mesmo. Sem interpretar. Deixar o autor nos levar a partir de sua linha de raciocínio, de sua argumentação, do modo como ele realiza suas digressões, sem minimizá-lo, mas também sem enaltecê-lo, a fim de que não corramos o risco de enxergá-lo fora de foco. Nem tão longe de nosso repertório nem tão perto de nossa admiração ou repulsa pelo autor, pelo tema.
O segundo caminho, mais difícil de trilhar, é o da permanente autocrítica. Só quem possui em seu coração uma boa dose de humildade tem plenas condições de se autoanalisar, de se perceber no contexto. A humildade nos faz perceber que, diante das dificuldades encontradas na leitura e estudo de um livro ou artigo, não estamos ainda preparados para entendê-lo em toda sua profundidade. Há necessidade de nos munirmos de novos conhecimentos ainda não adquiridos, de nos prepararmos a fim de enfrentar novamente as dificuldades encontradas no decorrer do estudo. Uma pequena retirada estratégica, o que não significa desistência, pois a perseverança é outra virtude que precisa estar presente nessas horas.
Não se aprende Doutrina Espírita em algumas horas. É necessário um estudo metódico, sistemático, contínuo, afirmou o fundador do Espiritismo, Allan Kardec. Isso significa que ficar lendo somente romance espírita, livros de autoajuda e de vez em quando abrir aleatoriamente O Evangelho Segundo o Espiritismo ou O Livro dos Espíritos, para dar uma lidinha rápida, não leva a lugar algum em termos de formação espírita. Essas formas de leitura têm o seu valor. No entanto, quem quiser estudar o Espiritismo que o faça a partir da Kardequiana, principalmente os livros introdutórios, ao invés de ler O Nosso Lar ou algum livro da Zíbia Gasparetto. Essas são leituras posteriores para quem está se iniciando no estudo da Doutrina.
A palavra reestudar é melhor do que reler. Isso evitaria algumas conclusões atabalhoadas e estúpidas que alguns confrades fazem ao ouvir a expressão “Reler Kardec”, imaginando que se trata de um mero exercício mnemônico. Aqueles adesivos simpáticos que vemos nos vidros dos automóveis, com a mensagem “Leia Kardec”, poderiam muito bem ser substituídos por “Estude Kardec”. Segundo o dicionário Aurélio, ler é “percorrer com a vista o que está escrito, proferindo ou não as palavras, mas conhecendo-as”; já o significado de estudar é “aplicar a inteligência para aprender; dedicar-se à apreciação, análise ou compreensão de”.
Ler é muito bom. Estudar, melhor ainda. É muito mais gratificante, muito mais produtivo. Uma única questão de O Livro dos Espíritos bem estudada vale mais do que mil leituras de toda a obra. Estudemos, pois.
O ato de estudar demanda humildade, afirmou o grande pedagogo Paulo Freire. Essa a maior virtude, imprescindível, fundamental mesmo no processo de estudo. Um trabalho árduo, a exigir criticidade, reflexão e até uma certa empatia para com o autor. Qual sua intenção ao escrever, que idéia quer passar, fundamentou bem, as informações estão corretas, as fontes bibliográficas foram bem utilizadas? Pensar junto com o autor é uma tarefa extremamente difícil pois a tendência é mensurar toda e qualquer idéia a partir de nosso repertório. Amiúde, fazemos uma camisa de força no trato das idéias, adequando-as ao nosso ideário e valores.
A postura humilde nos faz trilhar dois caminhos fundamentais para que o estudo se concretize de fato. O primeiro refere-se ao pensamento do autor, compreendê-lo mas sem julgá-lo a priori. Ler com a mente aberta, sem premeditações, sem preconceito mesmo. Sem interpretar. Deixar o autor nos levar a partir de sua linha de raciocínio, de sua argumentação, do modo como ele realiza suas digressões, sem minimizá-lo, mas também sem enaltecê-lo, a fim de que não corramos o risco de enxergá-lo fora de foco. Nem tão longe de nosso repertório nem tão perto de nossa admiração ou repulsa pelo autor, pelo tema.
O segundo caminho, mais difícil de trilhar, é o da permanente autocrítica. Só quem possui em seu coração uma boa dose de humildade tem plenas condições de se autoanalisar, de se perceber no contexto. A humildade nos faz perceber que, diante das dificuldades encontradas na leitura e estudo de um livro ou artigo, não estamos ainda preparados para entendê-lo em toda sua profundidade. Há necessidade de nos munirmos de novos conhecimentos ainda não adquiridos, de nos prepararmos a fim de enfrentar novamente as dificuldades encontradas no decorrer do estudo. Uma pequena retirada estratégica, o que não significa desistência, pois a perseverança é outra virtude que precisa estar presente nessas horas.
Não se aprende Doutrina Espírita em algumas horas. É necessário um estudo metódico, sistemático, contínuo, afirmou o fundador do Espiritismo, Allan Kardec. Isso significa que ficar lendo somente romance espírita, livros de autoajuda e de vez em quando abrir aleatoriamente O Evangelho Segundo o Espiritismo ou O Livro dos Espíritos, para dar uma lidinha rápida, não leva a lugar algum em termos de formação espírita. Essas formas de leitura têm o seu valor. No entanto, quem quiser estudar o Espiritismo que o faça a partir da Kardequiana, principalmente os livros introdutórios, ao invés de ler O Nosso Lar ou algum livro da Zíbia Gasparetto. Essas são leituras posteriores para quem está se iniciando no estudo da Doutrina.
A palavra reestudar é melhor do que reler. Isso evitaria algumas conclusões atabalhoadas e estúpidas que alguns confrades fazem ao ouvir a expressão “Reler Kardec”, imaginando que se trata de um mero exercício mnemônico. Aqueles adesivos simpáticos que vemos nos vidros dos automóveis, com a mensagem “Leia Kardec”, poderiam muito bem ser substituídos por “Estude Kardec”. Segundo o dicionário Aurélio, ler é “percorrer com a vista o que está escrito, proferindo ou não as palavras, mas conhecendo-as”; já o significado de estudar é “aplicar a inteligência para aprender; dedicar-se à apreciação, análise ou compreensão de”.
Ler é muito bom. Estudar, melhor ainda. É muito mais gratificante, muito mais produtivo. Uma única questão de O Livro dos Espíritos bem estudada vale mais do que mil leituras de toda a obra. Estudemos, pois.
Texto retirado do site Panorama Espírita - www.panoramaespirita.com.br
Eugênio Lara
Eugênio Lara
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Artigos Espíritas
Opa! Gostei.
ResponderExcluirPreciso estudar mais.
grande Geraldo
ResponderExcluireu li reli e tornei a ler o livro dos espiritos
recomendo é maravilhoso os livro dos mediuns tbm é fantastico
o legal q tem perguntas e respostas o q ajuda bastante no estudo
e assim como em qualquer outro assunto
estudo e leitura caminham juntas
bjim guri
Enquanto fui lendo, fui formando um pensamento que o encontrei exatamente no final. É ótimo ler quando desejamos aprender. Estudar realmente é um ato de humildade, porque estamos captando conhecimento e este pode ser levado para a vida, ainda sendo complementado diariamente com a vivencia e experiencia.
ResponderExcluirGeraldo,
ResponderExcluirEnquanto fui lendo, fui formando um pensamento que o encontrei exatamente no final. É ótimo ler quando desejamos aprender. Estudar realmente é um ato de humildade, porque estamos captando conhecimento e este pode ser levado para a vida, ainda sendo complementado diariamente com a vivencia e experiencia.
Quanto a doutrina espírita, percebi ao ler alguns livros, que realmente precisa se abrir a mente e desejar entender o ensinamento que algumas vezes não é tão facil de se compreender. É importante se concentrar para esta leitura e estar em local sossegado. Ao menos, é assim que quando posso eu faço.
Amigo Geraldo
ResponderExcluirParabéns por este tema.
Eu tenho o livro dos espíritos, e ainda não domino
toda a doutrina que requer estudo constante.
Aliás ler é diferente de entender.
Eu sou apaixonada pela leitura, e a vida só faz sentido quando procuramos nos aprimorar em assuntos construtivos para exercitar a base da nossa educação.
Abraços
Alba
Fazer uma leitura dinâmica é bem dizer nem ler. Serve para o momento, não como aprendizado. Ler, ou seja, estudar, exige concentração, interpretaçáo. A "verdadeira" leitura, o estudar, permanece na memória, é ele que vale. Beijos.
ResponderExcluirOlá meu querido Geraldo!
ResponderExcluirÓtimo texto, principalmente sobre a diferença entre ler e estudar. Lembro que quando eu estava na escola, tinha matérias que me entravam facilmente, pois havia uma identificação, gosto, facilidade ou sei lá o que; enquanto outras me faziam sofrer demais...Em uma prova, decorei a matéria. E o engraçado é que perdi mais tempo nas técnicas para decoração do que se eu tivesse apenas prestado atenção e tentado assimilar o conteúdo. Enfim, no dia da prova, tudo ia até que bem, quando no final a pergunta de maior peso era uma dissertação sobre o tema...bem, nem preciso te dizer que me perdi toda, né?
Como eu sempre fui boa aluna, o meu professor me chamou na sala de reuniões e conversou muito comigo e me deu uma aula com esses conceitos que você colocou neste post. Muito bom mesmo!
Grande beijo,
JAckie
Olá!
ResponderExcluirO artigo comentado é muito interessante, nos faz pensar o quanto é importante procurar entender e refletir sobre leituras realizadas.
Não apenas praticar o exercício da leitura,esta deverá transmitir conhecimento e acima de tudo análise dos conteúdos que deverão ser aprendidos e não memorizados.
Não sabia a diferença. Obrigada pelo texto.
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