Mandem notícias do mundo de lá


Todos os meses recebemos diversos e-mails, cujo conteúdo não é divulgado, questionando sobre a comunicação com parentes já desencarnados. As mensagens vêm de todo o Brasil, de pessoas de diferentes credos, o que é natural, porque a morte visita todos, indistintamente. Leva a pessoa querida e deixa a desolação, uma terrível sensação de perda que a possibilidade de uma comunicação mediúnica preenche imediatamente. A certeza da imortalidade e a esperança de ter notícias de um parente desencarnado resultam numa busca que ultrapassa qualquer barreira. Nem mesmo os adeptos de doutrinas que condenam a mediunidade deixam de sentir a esperança que pode vir do mundo espiritual. Não há decreto que possa impedir esse sentimento.

Em fevereiro último um conhecido médium do Vale esteve em um programa de auditório, bem popular, mostrando o resultado do seu trabalho. Em reuniões públicas, o médium psicografa mensagens para os parentes e amigos presentes. Aqui entre nós, o problema não é a existência ou não da mediunidade, mas a dificuldade em se comprovar a identidade do espírito comunicante. Porque, em nome do Espiritismo, não se pode oferecer qualquer consolo, sob o rótulo de caridade. Essa é a conclusão quando se analisa os estudos feitos sobre o tema. Um dos mais interessantes é o livro "Por trás do véu de Ísis", do jornalista Marcel Souto Maior, também autor de "As vidas de Chico Xavier". A principal crítica que se faz a esse tipo de psicografia pública tem a ver com a fragilidade emocional em que se encontram os parentes, que por isso estariam dispostos a aceitar qualquer coisa que tenha aquela assinatura já esperada.

No programa de TV foram exibidas psicografias pelos próprios parentes que as receberam. O fato é que, após o programa, nossa caixa de e-mail ficou instantaneamente lotada de mensagens sobre o assunto. Muitas pessoas em busca de uma mensagem, uma notícias, um sinal. A mediunidade nem é questionada. O objetivo é a mensagem, buscada sempre com muita fé e esperança.

O problema desse marketing, especialmente por ser direcionado aos não espíritas, é a conclusão, equivocada, de que a comunicação com os espíritos está sendo exclusividade de um ou outro médium. Talvez isso esteja bem claro para os espíritas, mas e para os demais, que apenas sabem do que está na mídia, sem que haja preocupação com o esclarecimento?

Pensando nisso, reunimos aqui alguns tópicos para dividir com quem procura pelas notícias do mundo espiritual.

1. Todos os espíritos podem se comunicar, mas é preciso saber esperar

Sem dúvida, a morte não é o fim, e os espíritos desencarnados se importam com aqueles que continuam no mundo físico, assim como são sensíveis às lembranças que são dirigidas a eles. Imediatamente após a morte física, o espírito em geral não tem condições de entrar em contato, por estar sob uma perturbação natural, com duração bem variável. Nessa fase, a prece em favor deles é muito benéfica. O contato também está condicionado ao equilíbrio que o espírito venha a ter para se comunicar.

2. Há médiuns em todo lugar

Algumas pessoas relatam sentir a presença de seu parente desencarnado. Isso pode realmente acontecer, porque há pessoas com grande sensibilidade espiritual, independente de sua crença. Mas ao buscar a comunicação escrita ou falada, na falta de uma reunião pública de psicografia como a divulgada no programa de TV, o recomendado é procurar uma casa espírita séria, em que o contato mediúnico seja feito com respeito, sem falsas promessas. Em geral, as reuniões mediúnicas são fechadas, mas uma vez recebida uma comunicação, ela deve chegar ao seu destinatário. É perfeitamente aceitável expor esse desejo ao dirigente da reunião, e aguardar pelo contato.

3. O telefone toca sempre de lá pra cá

Embora tenhamos o direito de buscar a comunicação mediúnica, é preciso saber esperar, porque a iniciativa do “telefonema” é sempre do mundo espiritual.

O risco que se corre, quando se busca apressadamente uma comunicação, é de receber qualquer coisa. Allan Kardec registrou esse risco com a frase: “Evoca um rochedo e ele te responderá”. O desespero e a falta de confiança em Deus somente nos levará ao engano.

4. O espírito sopra onde quer

Isso significa que há outras formas de contato. Durante o sono físico entramos em contato direto com os espíritos desencarnados. É o melhor momento para que possamos rever nossos parentes desencarnados, e ainda que não nos lembremos do contato, traremos na alma a tranquilidade de uma agradável saudade, diminuindo a dor de uma perda que não existiu.

A mediunidade, enfim, é um recurso divino que nos mostra a grandeza da eternidade em que vivemos como espíritos imortais. Nada mais precioso de que ela seja confirmada pelos familiares que imaginávamos distantes para sempre.

PALAVRA ESPÍRITA > MARÇO DE 2010 > MEDIUNIDADE
POR RONI COUTO
CELESFA

Centro Espírita Luz da Esperança de São Francisco de Assis

4 Comentários

  1. boa noite??
    Bem é bastante complicado para quem não conhece a doutrina espírita,e neste caso da perda é também complicado para nós (afinal sofremos mesmo sabendo que há vida após a vida.), sentimento é subjetivo e como tal tenho o meu e sinto que sou egoísta,pois não quero perder nada muito menos as pessoas amadas(mas estou trabalhando isto!!,rss) eu não sabia que o trabalho,estudo,evolução e até mesmo um tratamento de emergência para quem desencarnou muito apegado a matéria, tudo continua no plano espiritual...e isto já é um alento.
    Uma colega perguntou",
    veremos as pessoas amadas e não as reconheceremos
    de que adianta??"
    respondi dentro de minha ignorância (pois ainda estou em estudo da doutrina no CELE),-você já pensou se encontrasse todos os parentes amados que já teve nas tuas vidas,qual seria o numero de familiares que teria hoje e você teria tempo para dar carinho,amor,atenção para todos em igual forma??
    esta mesma colega de aula querida ,tivemos uma afinidade instantânea,não pode ter sido uma filha,irmã,sobrinha?
    dentro deste lindo e polêmico tema ficamos com tantas perguntas,mas creio que devemos realmente como o artigo fala,esperar o telefone tocar e ter nossas respostas.
    aprendemos que tudo tem um porque e porque não aguardar??
    um grande abraço cheinho de perguntas.
    Miriam

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  2. Geraldo, fico pensando em tudo isso que nós abordamos nas aulas, no blog, nas palestras do CELE e outra sugestão me veio à mente: dia 19/11 é dia de combatermos a violência contra crianças e adolescentes, que acontece principalmente em casa. Que tal participar da blogagem coletiva?

    A idéia está disseminando pelo twitter, depois duma postagem que fiz.

    Beijo, bom fds!

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  3. A grande problema Geraldo, é as pessoas não crerem que existe a "vida após a vida" e te digo mais, isso é mais medo do que ignorância. As pessoas , lá no fundo, sentem que existe algo mais, mas devido ao medo, preferem abstrair e seguir ou definir sua opinião no que as religiões tradicionais pregam e com o velho sermão, de céu, inferno, diabo, etc,etc etc. Com isso, o véu fica mais denso. Nosso Lar, do André Luiz é a prova disso. Inclusive as indagações dele,referente ao que ele aprendeu com seu credo. O ponto chave deste artigo foi a elucidação de como e quando procurar o consolo.

    Paz e Luz !

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  4. Anônimo2:01 PM

    Uma grande prova de outra vida e a sua comunicação através da psicografia, é quando um médium analfabeto, consegue escrever trexos de várias frases, mesmo sendo analfabeto. Não há como duvidar! E o pior, é que mesmo em um caso desse, muitos continuam não acreditando! Esse não acredita em nada! Nem mesmo na sua própria existência. É um caso perdido.

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