Na
década de 70, Chico Xavier, participando do saudoso Programa
Pinga-Fogo, discorreu sobre a questão das cirurgias plásticas de acordo
com informações trazidas pela espiritualidade. Segundo ele, a cirurgia
plástica que tenha como intuito a regeneração de tecidos, devidamente
orientada pelos médicos terrestres, é um meio para estimular
psicologicamente o paciente, a fim de que ocorra uma interiorização da
felicidade, mesmo que relativa aqui em nosso plano, diminuindo a
tristeza e levando a pessoa a um maior equilíbrio diante dos desafios
existentes no dia-a-dia. Sendo assim, quando efetuada com esse intuito, a
cirurgia plástica é válida.
Deve-se
levar em consideração que as cirurgias plásticas nos foram concedidas
pelo Alto em decorrência do progresso das ciências terrestres, e por
consequência, elas têm o intuito de valorizar o corpo físico que nos
serve de instrumento enquanto encarnados. Ocorre que grande parte das
pessoas tem dúvidas quanto a esses procedimentos estéticos por temerem
possíveis resgates reencarnatório. Nesse sentido, explica Chico Xavier
no Programa acima mencionado:
“Nós
pensamos, com os amigos que se comunicam conosco, que nem toda provação
deve perdurar durante a existência inteira. Chega o momento em que essa
provação pode ser extinta e renovada para o bem, reformada para a
felicidade da criatura. A cirurgia plástica regeneradora é uma ciência
que vem em benefício de nós outros, porque muitos de nós precisamos do
rosto mais ou menos bem composto, das pernas fortes, ou mesmo de outros
sinais morfológicos do corpo corretos para cumprir bem a tarefa. Eu
conheço uma amiga que é manequim e ganha a vida para sustenta o marido
que está num sanatório. Por que razão impedir que ela faça a cirurgia
plástica nos seios, quando estes estão defeituosos?”
Entretanto,
deve-se lembrar de que há uma grande diferença entre uma necessidade
latente e um excesso de vaidade. Melhorar a expressão física por um
defeito que só tenha solução mediante a cirurgia plástica é diferente de
buscar procedimentos para simplesmente ressaltar a beleza física
exterior, destituindo a forma natural do corpo. A cirurgia plástica não
deve ter por objetivo a objetificação do corpo.
Quanto
à preocupação em relação a possíveis deformações perispirituais, no
livro “A Obsessão e suas Máscaras”, a médica Marlene Nobre relata um
caso de uma esposa de médico, cuja aparência física é muito bonita e bem
cuidada, mas que ao desencarnar, se vê deformada, comparando-se a uma
bruxa. A má aparência no pós morte se dá devido a deformações do
períspirito, tendo levado uma existência de futilidades, dissimulações e
ações maléficas.
Diante
disso, Marlene Nobre entende que as cirurgias plásticas não alteram de
forma efetiva o períspirito. O que acaba por interferir em sua forma e
aparência é a elevação espiritual a que a pessoa se expôs em decorrência
de suas ações no plano físico. São as atitudes boas ou ruins que
determinam a forma com que nosso períspirito irá se apresentar. Sendo
assim, pode-se dizer que aquele que se submeter a uma cirurgia plástica
que busca a melhoria de sua autoestima, e que pratique o bem em todas as
suas vertentes, possivelmente terá uma boa aparência perispiritual no
ouro plano. E claro, o contrário se faz verdadeiro.
Diante
de todo o exposto, pode-se concluir que as cirurgias plásticas, desde
que sem excessos, com a combinação de uma vida dentro das searas do bem,
em nada culmina em qualquer resgate ou deformação perispiritual.
Entretanto, excessos, vaidade e uma vida enveredada pelos caminhos do
mal com certeza culminará em consequências no momento de se retornar à
Pátria Maior.
O
corpo é o instrumento dado aos encarnados para que seja zelado e bem
utilizado como meio material, que se saiba cuidar dele com bons valores,
bom senso e razão.
Paz a todos!
FONTES:
http://educadorespirita1.blogspot.com.br/2015/01/cirurgia-plastica-e-perispirito.html
http://espiritismobussoladaalma.blogspot.com.br/2013/12/cirurgia-plastica-na-visao-espirita.html