Cientistas descobrem planetas extraterrestres em zonas habitáveis
O Livro dos Espíritos trata sobre a pluralidade dos mundos em seu Capítulo IIl: “Deus povoou os mundos de seres vivos, e todos concorrem para o objetivo final da Providência”. A ciência descobre, a cada dia, inúmeras novidades acerca da Astronomia: cosmos e planetas com indícios de condições de sobrevivência. Existem muitos planetas em nossa galáxia e pelo menos 100 milhões devem ser parecidos com a Terra, que possui 4,9 bilhões de anos. A probabilidade de encontrarmos vida em algum deles é muito grande.Em 2015, cientistas anunciaram a descoberta de um planeta “primo” da Terra, que poderia ser habitado por seres humanos e outros animais, o Kepler - 452 B, com condições de sobrevivência parecidas com as do nosso planeta.
Por sua vez, o planeta Gliese 667 é um forte candidato à existência de vida alienígena. Ele possui seis planetas extra-solares com três super-Terras na zona habitável, o que permite a existência de água no estado líquido.
Para se ter uma ideia, Europa, lua de Júpiter descoberta pelo físico Italiano Galileu Galilei, possui um mar da água salgada coberto com uma camada espessa de gelo, que pode ter vida unicelular com microrganismos que se alimentam em fontes hidro termais, como acontece no fundo dos oceanos da Terra.
“A água possibilitou o aparecimento e a evolução da vida nos mares terrestres e por isso astrónomos, astrofísicos e astro biólogos estão procurando evidências, nas proximidades galácticas, de planetas extrassolares que possuam não só água, mas também atmosfera propícia para a habitabilidade deste novo mundo”, explicou Leonardo Ferreira, doutor em Ciências Espaciais e membro do Instituto de Física da Universidade de Brasília (UhB).
Com Pós-Doutorado no Laboratório de Física dos Plasmas da Universidade da Califórnia (EUA), Ferreira realiza trabalhos em conjunto com a agência espacial norte-americana, a Nasa, percorrendo países como Japão e França e estudando fenômenos como a aurora boreal, ventos solares e eletrojato equatorial. O professor fala sobre as teorias e novidades em relação aos planetas com possíveis indícios de vida.
Para o físico, não existem ainda evidências de que existam outros planetas habitados, isto é, com vida unicelular ou mais complexa, com seres inteligentes. “No entanto, o avanço das pesquisas nos últimos 30 anos é simplesmente impressionante”. Ele esclarece que os grandes telescópios do ESO (European Southern Observatory), no deserto do Atacama, cordilheira dos Andes (Chile), e os telescópios espaciais como o Kepler, Hubble, Corot e Spitzer foram responsáveis por descobertas muito importantes que não só levam à comprovação da existência de planetas semelhantes à Terra, como de planetas semelhantes aos do nosso sistema solar.
“Estes telescópios encontraram planetas extra-solares entre 20 e
100 anos-luz de distância da Terra e, recentemente, um planeta
extra-solar em volta do conjunto triplo de estrelas mais próximo (Alpha
Centauri), situado a apenas 4,2 anos-luz”, revela Dr. Leonardo Ferreira.
Em abril deste ano, a sonda Cassini, da Nasa, depois de quase 20 anos no espaço, atravessou pela primeira vez a região entre a atmosfera e os anéis de Saturno, passando perto da superfície de uma lua desse planeta denominada Enceladus, onde encontrou nuvens de gás provenientes de vulcões de água que de planetas semelhantes aos do nosso e expeliam material proveniente de atividade hidro termal, provavelmente, existente em um mar localizado embaixo de uma camada de gelo que cobre toda a lua, como em Europa.“Isso é uma forte evidência de indícios de vida”, declara Leonardo.
A Nasa anunciou, em 31 de maio de 2017, que lançará no próximo ano a primeira sonda que "tocará o Sol". A Sonda Solar Eugene Parker é batizada com o nome do cientista que propôs, seis décadas atrás, a existência dos ventos solares, jatos supersônicos de radiação emitidos pelo Sol e capazes de afetar todo o Sistema Solar.
A missão rumo ao Sol representará uma verdadeira revolução tecnológica, segundo a Nasa. Uma das peças fundamentais para que ela aconteça é o escudo protetor de calor, constituído de um novo material abase de carbono.
Um ateu com 'um pé atrás'
Leonardo Ferreira executa pesquisas na área de plasmas espaciais e se considera ateu, mas leu obras como A Pluralidade dos Mundos Habitados (Camille Flammarion, 1862).
“Após anos de estudos verifiquei que, sim, existem coisas e fenômenos ainda sem explicação”, diz. O professor defende e divulga, há mais de dez anos, a ideia de que a Astronomia deve ser incluída no currículo do ensino médio: “Os alunos têm sede desse conhecimento. A Astronomia atrai os alunos para a ciência e a física”.
Sobre a existência de vida em outros mundos, o cientista foi enfático: “Deveremos encontrar vida em vários níveis evolutivos e devemos também encontrar civilizações bem mais evoluídas, como mostrado em vários níveis de ficção científica de grande sucesso na atualidade.
No entanto, vamos ter não só de aperfeiçoar nossa ciência e tecnologia para isso, mas também a nossa compreensão deste universo em todas as suas dimensões culturais e espirituais. A nossa sociedade humana terá que evoluir para um tempo de maior entendimento entre pessoas dos vários países, até que possamos declarar que somos um planeta com um só povo”, ressalta Ferreira.
O físico informa, com base nas pesquisas recentes nas áreas de Astronomia e Astrofísica, que há indícios cada vez mais fortes da existência de vida lá fora e existem muito mais planetas do que imaginávamos. Defende também que devemos analisar a questão da vida usando ferramentas mais elaboradas e complexas. “Precisamos melhorar a nossa compreensão do mundo.
A história humana mostra que há diferentes níveis de conhecimento do universo que nos cerca. Na Idade Média acreditava-se que a Terra era o centro do universo e da vida. A Astronomia expandiu a nossa compreensão do cosmos a tal ponto, que hoje sabemos da existência de milhares, senão milhões, de planetas com condições de habitabilidade.
Mesmo assim, pode ocorrer conosco o mesmo que ocorre com um besouro que não consegue perceber a presença de humanos próximos. Ele enxerga os humanos como pontos de luz e vultos, devido à enorme diferença evolutiva. Uma civilização extraterrestre muito evoluída poderia também passar despercebida aos seres humanos”, conclui Leonardo.